Marcha Pela Vida – esclarecimento

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15 de maio de 2018

Acompanhados da Equipe Pedagógica do Eliezer Max, nossos alunos da 2ª série do Ensino Médio partiram por três semanas para a Polônia e Israel, no último mês de abril, para participar da Marcha Pela Vida, um dos projetos mais aguardados por eles, verdadeiro diferencial na construção de suas identidades judaicas. Sua programação adere ao projeto International March of the Living, realizado anualmente por pessoas do mundo inteiro em Iom haShoá, o dia para lembrar das vítimas do Holocausto, a tentativa de extermínio do povo judeu e de outros grupos pelo regime nazista.

Projeto de inquestionável riqueza, a Marcha Pela Vida deste ano foi alvo de uma polêmica: ao final da caminhada de 3 km entre Auschwitz e Birkenau realizada em Iom haShoá, plaquinhas são distribuídas para serem preenchidas e fincadas nos trilhos de trem que levam a Birkenau. Entre as muitas escritas por nosso grupo, uma tinha dizeres alusivos à vereadora do Rio de Janeiro brutalmente assassinada há dois meses, afirmando o compromisso em defesa de todas as vidas. Essa foto foi postada nas redes sociais, desacompanhada de maior contexto.

Para quem vivencia o dia a dia do projeto Marcha Pela Vida, não existia conflito algum naquelas palavras, expressas em um campo de concentração em Iom haShoá. A partir da memória da gravidade da tragédia e da barbárie contra os judeus e outras minorias, comprometemo-nos com a defesa dos direitos humanos de todos e em qualquer lugar. Comprometemo-nos com a dimensão judaica das nossas vidas, sem abrir mão do nosso profundo compromisso com o mundo.

A frase escrita na plaquinha, sem jamais desprezar a dor pela perda de seis milhões de judeus, solidarizava-se, através de um símbolo, com o repúdio à violência humana, sob qualquer forma. 

Nossos alunos retornaram mais maduros, com mais ferramentas para lidar com os dilemas de suas vidas, ao mesmo tempo em que tentam também compreender os dilemas do outro. Se nos orgulhamos do amadurecimento propiciado pela viagem, reconhecemos que amadurecer implica igualmente em perceber a realidade sob a perspectiva do outro.

Neste processo de amadurecimento, percebemos não termos considerado que a expressão de uma outra perspectiva, ainda mais se apresentada sem contextualização, poderia causar incômodo ou sofrimento. A imagem divulgada exigia que o resto da narrativa de um projeto que lida com as complexidades da Shoá fosse completada com a mesma visão desenvolvida pelo nosso trabalho. Os que o fizeram, não reprovaram a iniciativa. Outros, no entanto, a interpretaram como um desrespeito à memória do Holocausto ou perceberam na iniciativa um ato de apoio partidário, que desconfiguraria o caráter de Iom haShoá.

É necessário dizer que a manifestação não teve qualquer caráter político-partidário, muito menos o objetivo de representar um desrespeito a milhões de vítimas da barbárie e à dor de seus familiares. Ao mesmo tempo em que reafirmamos nosso propósito de oferecer uma educação da Shoá comprometida com a defesa dos direitos humanos de todos e em qualquer lugar, queremos nos desculpar sinceramente àqueles que se sentiram ofendidos, pois jamais houve a intenção de causar qualquer mal aos que, de forma justa, ficaram indignados com o ato.

A Escola Eliezer Max está integralmente comprometida em oferecer às crianças e jovens uma educação de excelência e ser um espaço de aprendizado e formação das gerações futuras, contribuindo, de forma relevante, para um mundo melhor. Nosso projeto pedagógico é reconhecido e teremos grande satisfação em apresentá-lo com detalhes aos que tiverem interesse em agendar uma visita.